O IDEB e o conceito de qualidade da educação: perspectivas dos gestores municipais da educação básica no Alto Oeste Potiguar/Brasil

Palabras clave: IDEB. Qualidade da educação. Discurso. Gestores educacionais.

Resumen

Nas últimas décadas, a educação pública tornou-se uma arena de crescentes debates sobre questões inerentes a processos, parâmetros, diretrizes e nível de qualidade educacional. Neste texto, objetivamos analisar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) e a sua relação com a qualidade da educação a partir dos discursos de secretários municipais de educação da região do Alto Oeste Potiguar – RN/Brasil, a fim de construir um perfil explicativo sobre o que seria uma escola de qualidade na perspectiva destes dirigentes. Metodologicamente, a pesquisa é de caráter qualitativo e como mecanismo de análise dos dados utilizamos a Análise do Discurso (AD) francesa de Michel Foucault. Os resultados apontam que os discursos das dirigentes municipais de educação revelam contradições, ora relacionando a qualidade educacional a este indicador, o IDEB, ora apresentando outros elementos intra e extraescolares como fatores que influenciam na qualidade do sistema educacional do qual fazem parte. Alertamos para o risco de reduzir os fatores qualitativos não incorporados pelo índice a aspectos quantitativos, principalmente quando se trata de um indicador que tem relação direta com a tomada de decisões importantes, como a criação de políticas públicas ou efeitos de responsabilização.

Descargas

La descarga de datos todavía no está disponible.

Citas

ALMEIDA, L. C.; DALBEN, Adilson, FREITAS, Luiz Carlos de. O Ideb: limites e ilusões de uma política educacional. Educação & Sociedade, Campinas. v. 34, n. 125, p. 1153-1174, 2013.

BEISIEGEL, C. de R. A qualidade do ensino na escola pública. Brasília: Liber Livro Editora, 2005.

BRASIL. Constituição. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988: promulgada em 05 de outubro de 1988. 1988

BROOKE, N.; CUNHA, M. A. de A. A avaliação externa como instrumento da gestão educacional nos estados. In: FUNDAÇÃO VITOR CIVITA. Estudos & pesquisas educacionais. São Paulo: Fundação Victor Civita, 2011.

CHIRINÉA, A. M.; BRANDÃO, C. da F. Estado e legitimação da qualidade: em busca de significados. Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v. 23, n. 87, p. 461-484, 2015.

DOURADO, L. F.; OLIVEIRA, J. F. de; SANTOS, C. de A. A qualidade da educação: conceitos e definições. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2007.

FERNANDES, R. Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Brasília. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2007.

FIGUEIREDO, D.; CARMO, E.; MAIA, R.; SILVA, L. Os cavalos também caem: tratado das inconsistências do IDEB. Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v. 26, n. 100, p. 552-572, 2018.

FOUCAULT, M. A arqueologia do Saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2019.

FOUCAULT, M. A ordem do discurso: aula inaugural no Collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. São Paulo: Edições Loyola, 2014.

INEP. IDEB: resultados e metas. Brasília. Disponível em: <http://ideb.inep.gov.br/resultado/>. Acesso em: 12 mar. 2020.

MACHADO, C. Avaliação Externa e Gestão Escolar: reflexões sobre o uso dos resultados. Revista @mbienteeducação, São Paulo, v. 5, n. 1, p. 70-82, jan./jun. 2012.

MELLO, L. R. de; BERTAGNA, R. H. Tensões do SAEB e do IDEB para a educação de qualidade como direito. Revista Educação em Questão, Natal, v. 58, n. 58, p. 1-24, e-20950, 2020.

PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento; IPEA -instituto de pesquisa econômica e aplicada; Fundação João Pinheiro. Atlas de desenvolvimento humano no Brasil, 2013. Disponível em: <http://atlasbrasil.org.br/2013/pt/>. Acesso em: 12 mar. 2020.

PORTARIA n. 1.795, de 27 de dezembro de 1994. (1994). Cria o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica. Diário Oficial da União, Brasília, DF.

PORTARIA n. 10, de 8 de janeiro de 2021. (2021). Estabelece parâmetros e fixa diretrizes gerais para implementação do Sistema de Avaliação da Educação Básica – Saeb, no âmbito da Política Nacional de Avaliação da Educação Básica. Diário Oficial da União, Brasília, DF.

PORTARIA n. 101, de 15 de fevereiro de 2000. (2000). Dispõe sobre a Instituição do Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará – Spaece. Diário Oficial do Estado, Fortaleza, CE.

PORTARIA n. 271, de 22 de março de 2019. (2019). Estabelece as diretrizes de realização do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) no ano de 2019. Diário Oficial da União, Brasília, DF.

PORTARIA n. 366, de 29 de abril de 2019. (2019). Estabelece as diretrizes de realização do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) no ano de 2019. Diário Oficial da União, Brasília, DF.

PORTARIA n. 482, de 7 de junho de 2013. (2013). Dispõe sobre o Sistema de Avaliação da Educação Básica – Saeb. Diário Oficial da União, Brasília, DF.

PORTARIA n. 931, de 21 de março de 2005. (2005). Institui o Sistema de Avaliação da Educação Básica – Saeb, que será composto por dois processos de avaliação: a Avaliação Nacional da Educação Básica – Aneb, e a Avaliação Nacional do Rendimento Escolar – Anresc. Diário Oficial da União, Brasília, DF.

RAVITCH, D. Vida e morte do grande sistema escolar americano: como os testes padronizados e o modelo de mercado ameaçam a educação. Porto Alegre: Sulina, 2011.

RICHARDSON, R. J. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2012.

SILVA, A. B. da; ANDRIOLA, W. B. Avaliações da educação básica em municipalidades do Ceará: 30 anos de história. Estudos em Avaliação Educacional, São Paulo, v. 34, p. 1-23, 2023.

SOUZA, Â. R. de. As relações entre os resultados da avaliação e os modelos de gestão escolar. Intermeio, Campo Grande, v. 13, n. 25, p. ,64-81, 1995.

Publicado
2023-11-04
Métricas
  • Visualizaciones del Artículo 56
  • PDF (Português (Brasil)) downloads: 45
Cómo citar
Aquino, M. B. de, & Silva, C. A. da. (2023). O IDEB e o conceito de qualidade da educação: perspectivas dos gestores municipais da educação básica no Alto Oeste Potiguar/Brasil. PARADIGMA, 44(5), 438-462. https://doi.org/10.37618/PARADIGMA.1011-2251.2023.p438-462.id1512